quinta-feira, 16 de junho de 2011

X-Men: Primeira Classe

Os novos rostos do X-Men

A franquia X-Men deve ser elogiada por conseguir manter um alto nível de qualidade em seus capítulos, exceção feita ao medíocre Wolverine (2009). Para relembrar: os dois primeiros filmes (2000 e 2003) foram dirigidos por Bryan Singer e o terceiro (2006) por Brett Ratner. Já Gavin Hood é responsável pelo destoante Wolverine. Juntando-se ao trio de diretores, temos o jovem cineasta Matthew Vaughn, que conta com apenas quatro filmes no currículo, entre eles o elogiado Kick-Ass (2010)

Vaughn exibe a segurança necessária para as cenas de ação do filme e também cria momentos de extrema beleza e sensibilidade, como a sequência no campo de concentração e no escritório de Shaw (Kevin Bacon). Ele também consegue dar bastante dinamismo à obra, prendendo a atenção do espectador do início ao fim da narrativa. O diretor transforma esta prequel (continuação que retoma a origem de uma saga) em uma experiência bastante interessante e, principalmente, enriquecedora para o conjunto dos filmes. Isso só é possível, no entanto, porque o roteiro opta por ser fiel à história e à personalidade dos famosos mutantes. Com bastante coerência, o roteiro escrito a oito mãos (Ashley Miller, Zack Stentz,  Jane Goldman e Matthew Vaughn), nos revela as motivações de personagens icônicos, como Magneto, Xavier e Mística. 

A história de X-Men: Primeira Classe, volta à origem dos dois grandes opositores da saga, Magneto e Charles Xavier, reconstituindo, gradualmente, a causa da rivalidade dos personagens. Incluindo eventos importantes da infância dos protagonistas, o longa acerta ao investir na relação íntima que os dois estabelecem após o primeiro encontro. A trama se inicia no final da Segunda Guerra Mundial e se desenvolve em meio à Guerra Fria. Ancorado, dessa forma, na História, o enredo concilia de forma eficiente acontecimentos verídicos e a aventura dos mutantes. 

X-Men: Primeira Classe aborda questões importantes, presentes nos longas anteriores, como a da auto-aceitação, do preconceito e da exclusão. Justamente por mostrar a complexidade dessas questões é que se torna difícil julgar os posicionamentos de seus protagonistas, já que ambos têm suas razões. Fugindo, portanto, do maniqueísmo, o longa nos apresenta um Magneto que carrega em si a marca de um grande trauma e um desejo compreensível de vingança e um Xavier extremamente humano e inteligente. Os personagens tiveram backgrounds bem diferentes: enquanto Magneto teve que conviver com a dor e a perda desde cedo, Xavier teve uma vida cercada de luxo e comodidades. Apesar de salientar as diferenças entre eles, é na construção da fraternidade dos dois (que pode até mesmo ser confundida com uma certa homoafetividade) que o filme se destaca.  

O elenco deste X-Men faz um grande trabalho. Composto de jovens e bons atores, ele é encabeçado pelos ótimos James McAvoy e Michael Fassbender. Suas excelentes performances estão entre as melhores coisas do longa. McAvoy compõe um personagem que comove por sua humanidade, espírito de liderança e pela doçura do seu olhar. Já Fassbender comprova seu imenso talento e carisma ao construir um personagem forte, endurecido, por vezes cínico, mas fascinante. Jennifer Lawrence, indicada ao Oscar de Melhor Atriz este ano, mostra que veio para ficar, dando à sua Mística grande profundidade (e olha que é difícil fazer o espectador esquecer da deslumbrante Rebeca Romijn, que encarnou a personagem nos filmes anteriores). E qual foi minha surpresa ao descobrir que o menino de Um grande garoto (2002) cresceu e está fantástico na pele de Hank, um dos mutantes com uma das trajetórias mais interessantes da trama! Deve-se destacar também o bom desempenho de January Jones (a protagonista da série Mad Men) e de Kevin Bacon, que, assim como Fassbender, arrasa no filme, ao atuar em diversos idiomas. Bacon prova ser um excelente ator e constrói um vilão inesquecível. (Torço para que o Oscar reconheça, um dia, o talento do ator, normalmente tão subestimado.) 

Os efeitos especiais, como não poderia deixar de ser, são elementos extremamente importantes no longa. Vaughn acerta ao brincar com os poderes dos mutantes, alternando momentos divertidos e de descontração e outros de extrema tensão. A grandiosa sequência final, envolvendo um helicóptero e um submarino, é particularmente eletrizante. A trilha sonora, mesmo não sendo maravilhosa, sublinha bem os momentos dramáticos e cômicos da trama. 

X-Men: primeira classe, apesar de não ser o meu favorito da franquia, é um ótimo filme, que fascina por ser extremamente significativo para o conjunto da obra. Este capítulo da saga faz jus à franquia e à adorada história em quadrinhos e é um icentivo a uma revisita aos outros filmes. 

Trailer do filme: 






2 comentários:

  1. Adorei o filme e eu não sou uma super fã de X-Men como a galera aqui de casa. O filme realmente prende a atenção do espectador do começo ao fim.
    Ótima atuação do muito talentoso James McAvoy. Recomendo!

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  2. "X-Men: Primeira Classe" aborda a relação entre Erik e Charles de uma forma esclarecedora e essencial para o futuro da franquia. Com um ótimo elenco e narrativa muito bem construída, o filme é Imperdível para fãs de carterinha e quem nunca ouviu falar!
    Muito legal sua resenha!:-) Parabéns pela idéia do Blog... tá show!:-) Gostei da forma com que você escreve... fatalmente já estou lhe seguindo e estarei sempre aqui!

    Um grande abraço...

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