Filme de 1951, do mestre Hitchcock, Strangers on a train (em português, mal traduzido por Pacto Sinistro), é uma das obras mais geniais do diretor, apesar de ser, injustamente, pouco conhecido. O filme é uma coleção de grandes momentos e cenas fantásticas. Não é um filme noir, mas sua fotografia explora bastante o jogo de luz e sombras e o clima de tensão e perversidade, o que nos remete a este estilo. O humor característico de Hitchcock continua presente, mas, desta vez, um humor negro, mais ácido do que o de costume.
O filme conta a história de um jogador de tênis, que vive um momento de ascensão na sua carreira e na sua vida social e que, em um "belo" dia, cruza com um estranho bem peculiar no trem. Este encontro vai mudar vida de ambos. Guy Haines, o tenista, é casado com uma mulher interesseira e adúltera. Bruno Antony, o outro, tem um pai dominador e rígido. Antony propõe um plano de assassinato cruzado, ele mataria a mulher do tenista e este mataria o seu pai. Segundo ele, um plano perfeito. Guy Haines não leva a sério a proposta, mas Bruno não desiste...
O filme permite análises muito interessantes, como, por exemplo, de como os dois personagens principais se opõe em termos de modelos sociais. Haines é o homem promissor que se encaixa ao sistema, que joga de acordo com as regras, é bonito, ambicioso, que saiu do nada e tem um ótimo futuro pela frente. Bruno é o oposto: rico, não aceita regras, confronta a autoridade do pai, não tem talento, nem ambições e não quer nada da vida, além de realizar suas pulsões. Em outra interpretação, podemos dizer que Bruno representa os impulsos obscuros de Haines.
Haines é interpretado pelo somente correto Farley Granger. Já Bruno Anthony é vivido de uma maneira magistral por Robert Walker. Grande surpresa do filme para mim. Não conhecia o ator e, pesquisando sobre ele, descobri que teve uma breve carreira e que morreu aos 32 anos!!! Ele era casado com a famosa atriz Jennifer Jones, que o abandonou para ficar com o poderoso produtor David O. Selznick. Esta desventura amorosa parece tê-lo marcado profundamente. Devido a uma crise nervosa, um psiquiatra lhe deu um medicamento ao qual o ator era extremamente alérgico, o que provocou sua morte.
Infelizmente, o cinema foi privado prematuramente do talento de Walker. No entanto, ele está imortalizado como um dos melhores vilões de Hitchcock. Seu personagem é fascinante, complexo e imprevisível. De uma maneira inteligentemente sutil, mas ao mesmo tempo flagrante, Hitchcock e Walker (através de sua atuação), incluem no filme um ingrediente homoafetivo latente entre os dois personagens principais. A cena de abertura é, surpreendentemente, homoerótica.
Contando com sequências de arrepiar, como as do Parque de Diversões, Strangers on a train é um thriller psicológico imperdível para quem ama cinema.
Assista ao trailer:
Curiosidade: a filha do diretor, Patricia Hitchcock, participa do filme e não deixa a desejar!
Nossa.. que história triste do ator! Vou ter que baixar hoje pra ver... hehehehe!!! Comentários só depois de assistir!!!
ResponderExcluirAcabo de ver o filme... e realmente, Robert Walker está fantástico... apesar da atuação, para mim, medíocre de Farley Grander, Walker faz o filme ficar fascinante.... Está mais que indicado para os amantes do bom e velho Hitchcock! Ah, e não poderia deixar de falar da Patrícia Hitchcok, que foi uma grata surpresa para mim no filme... Agora, vou tentar encontrar PÁSSAROS para ver... brigaduuuuuuuuuuu!!!!
ResponderExcluirOtimo filme a atuação de Farley Granger é incrivel e ele e lindo vale a pena ver
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