sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O discurso do rei - 2010

- Longas pausas são boas, adicionam solenidade às grandes ocasiões. 
- Então eu sou o rei mais solene que já existiu!


O discurso do rei conta a história do Duque de York (que viria a ser o Rei George VI do Reino Unido), segundo na linha de sucessão ao trono inglês. Por causa de uma gagueira crônica, ele se viu obrigado a procurar a ajuda de especialistas renomados que se revelam incapazes de lhe ajudar. George nasceu em 1895 e reinou de 1936 a 1952, ano em que morreu. No filme, sua mulher, Elizabeth, ao procurar ajuda para o marido, encontra um especialista australiano que possui uma abordagem nada convencional. 

Diversas matérias publicadas na época do lançamento do filme foram categóricas ao afirmar que o roteirista de O discurso do rei tomou algumas liberdades históricas, criando uma intimidade que não existiu entre o rei da Inglaterra e seu "fonoaudiólogo". Apesar de muitos historiadores virarem a cara para o filme, devido ao seu romantismo, O discurso do rei foi realmente baseado em fatos e documentos reais.

O filme inglês, vencedor de quatro Oscar’s, é extremamente bem produzido. A direção de arte, o figurino, a reconstituição de época são fantásticos. Tom Hooper, cineasta responsável pela obra, é um diretor com poucos trabalhos no cinema, mas que tem bastante experiência na televisão inglesa.  O discurso do rei é apenas seu segundo trabalho no cinema. Ele faz um bom trabalho: uma direção segura e interessante, apesar de convencional, assim como o próprio filme. Os Oscar’s de Melhor Filme e Melhor Direção foram um exagero que pode ser explicado pelo fato do filme ser o mais “certinho” e agradável entre os indicados no ano e também pela intensa campanha de marketing realizada para que ele saísse vitorioso na noite de premiação.

Colin Firth, Helena Bonhan Carter e Geoffrey Rush encabeçam um excelente elenco, formado, em sua maioria, por atores ingleses. Guy Pearce, sempre interessante, tem uma ótima participação no longa, interpretando o irmão mais velho de George. O grande destaque do filme é, sem dúvida, a dupla Firth e Rush. O primeiro tem a atuação mais marcante de sua carreira, o segundo entrega mais uma de suas belas composições (o grande ator australiano já ganhou o Oscar pelo excelente Shine). O roteiro de David Seidler, por sua vez, acerta ao investir na relação do rei e do plebeu, baseada em um crescente respeito e cumplicidade.

A produção inglesa pode ser encarada como uma representação da relação mestre-aluno, assim como elogiosa alegoria ao papel do professor, representado muito bem pelo personagem de Rush. O discurso do rei é um filme convencional, mas muito bem realizado, interpretado e com momentos verdadeiramente tocantes. A família real britânica e a Rainha Elizabeth elogiaram bastante a produção e apreciaram a maneira com a qual foi retratado o Rei George VI.


Assista ao trailer:

2 comentários:

  1. O trailler do filme já é interessante...Um filme que no seu elenco possui atores sempre tão imponentes em suas interpretações, se torna automaticamente obrigatório!

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  2. Guardadas as críticas à seleção que a Academia faz para o Oscar, acredito que vale sim a pena ver esse filme... Pelo que você escreveu, dá para perceber que, no mínimo, grandes atuações poderemos ver... E a figura estranha da Helena Bonham Carter por si só já vale o ingresso! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...

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