Pillow talk, título original deste filme de 1959, é uma expressão que designa uma conversa íntima e leve, normalmente acompanhada de carícias e chamegos. Esta "conversa de travesseiro" se dá ao acordar ou após uma noite de amor. O título brasileiro falha ao não transmitir este lado leve e, ao mesmo tempo, erótico presente no título original e que combina perfeitamente com o filme.
A comédia romântica é estrelada por uma das mais célebres duplas do cinema: Doris Day e Rock Hudson (foto abaixo).
O argumento do filme é ótimo: em uma época em que ter linha telefônica em casa não era tão simples, duas pessoas vêem-se obrigadas a dividir a mesma linha. O problema é que quando um a utiliza, o outro não a pode usar e, além disso, um pode escutar toda a conversa do outro pelo telefone. Obviamente esta situação gera uma grande confusão. As duas pessoas unidas pela mesma linha telefônica são a decoradora Jan (Doris Day) e o compositor Brad (Rock Hudson). Ele é mulherengo e cafajeste. Ela é solitária e workaholic.
Esta comédia romântica é um grande clássico do gênero e não perdeu seu charme até com o passar dos anos. Grande parte deste charme vem do carisma dos seus protagonistas e da química que eles mostram em cena. Doris Day e Rock Hudson formavam, realmente, um lindo casal Não é por acaso que os americanos se apaixonaram por eles. Neste filme, Doris Day está adorável e Hudson mostra que não é apenas um galã. Ele encarna um personagem que poderia ser odiável, pela sua canalhice e machismo, mas que consegue seduzir também o espectador.
Os dois são amparados por coadjuvantes de peso: o ótimo Tony Randall e esta maravilhosa atriz que , para mim, sempre rouba a cena:
Essa é Thelma Ritler, eterna coadjuvante, presente em grandes filmes como A malvada e Janela Indiscreta. Minha cena favorita do filme é, justamente, comandada por ela, que, no filme, é a empregada alcoólatra de Jan. Nesta cena, o personagem de Hudson a procura para receber algumas dicas para conquistar Jan, então eles vão para um bar e veja o que acontece. Assista abaixo:
O filme é dirigido por Michael Gordon, especialista em comédias. Ele não é nenhum Billy Wilder, mas nos proporciona ótimos momentos, como a cena em que Doris Day dá uma palhinha e canta no bar... Bobo, romântico, engraçado e com diálogos que mesclam certa malícia e inocência, este filme me deu a sensação de ser transportado para os anos 50. Confidências à meia noite vai te deixar com um sorriso no rosto por muito tempo, mesmo depois do seu fim, isso se você gosta de comédias românticas...
Uma curiosidade do filme é que em uma cena o personagem de Hudson insinua que alguém no filme é gay (veja o filme e descubra quem), sendo que o ator era homossexual na vida real. O que torna tudo mais irônico.
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