Jim Carrey e Ewan McGregor em cena do filme |
O filme, logo em sua abertura, nos informa: "Isto realmente aconteceu". Aviso que se faz realmente necessário, uma vez que, na hora e meia que se segue, vemos uma sequência de acontecimentos tão absurdos que nos fazem duvidar da veracidade dos fatos exibidos. I love Philip Morris, pessimamente traduzido para o português por O Golpista do Ano, é um filme que poderia muito bem ser mais um passatempo descartável estrelado por Jim Carrey. No entanto, ele se revela bem mais interessante do que poderíamos imaginar.
O filme conta a história verídica de Steven Russel um pacato policial e pai de família que promove uma reviravolta em sua vida ao se assumir homossexual e ao iniciar uma vida de golpes financeiros. Após ser pego e condenado à prisão, ele conhece Philip Morris na cadeia e se apaixona por ele. Jim Carrey, típico ator ame-o ou deixe-o, mostra mais uma vez (já o havia feito em Brilho eterno de uma mente sem lembranças e em Show de Truman) que é um ótimo ator quando quer. Abandonando parcialmente suas famosas caretas, mas continuando a nos oferecer uma performance extremamente física (o que ele faz muito bem), o ator se entrega de corpo e alma ao seu personagem. Genialmente, ele consegue incorporar o drama a sua performance cômica, uma vez que Steve Russel carrega em si um mundo de contradições e problemas.
O personagem de Carrey é bem definido por Philip Morris (Ewan Mcgregor) neste pequeno e belo monólogo:
"E você espera que eu te ame? Como? Como eu posso te amar? Eu nem sei quem você é. E sabe o que é triste, eu nem sei se você sabe quem é. E como posso amar alguém que nem existe, me diga?"
O Golpista do Ano é dirigido por uma dupla estreante Glenn Ficarra e John Requa, que também assinam o roteiro. Lidando, no geral, de forma corajosa com um tema polêmico, eles acertam na maioria das escolhas, pecando apenas ao mostrar, em determinados momentos, desconforto ou insegurança ao lidar com a temática gay. Erram a mão, por exemplo, ao tratar duas cenas de sexo entre Morris e Russel de maneira, no mínimo, pouco elegante e fora do tom. Os diretores também se entregam à uma estrutura repetitiva, que serve para ilustrar a sequência de golpes de Russel e a passagem de tempo, mas que, depois de muito usada, torna-se um pouco cansativa.
Além de Carrey, deve-se ser elogiada a composição sensível de Ewan Mcgregor (uma das melhores coisas do filme) e a ponta digna de Rodrigo Santoro. O Golpista do Ano, um Prenda-me se for capaz gay, é um filme que não tem vocação para passatempo sem compromisso e nem para unanimidade. Eu recomendo.
Trailer do filme:
Eu gostei muito desse filme... é engraçado e tocante... e mesmo que seja inspirado em fatos reais, gostei de ver como foi um daqueles programas sem compromisso, leve mesmo.. e o Jim Carey é muito bom ne!!!
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