domingo, 6 de março de 2011

Os melhores choros do cinema 1

Kate Winslet chorando na chuva em Razão e sensibilidade
O fato de não estar no Brasil no Carnaval, me fez ter a ideia deste post das melhores cenas de choro do cinema. Obviamente, fiz uma lista baseada em minha memória de cinéfilo. Esta é, então, uma pequena lista dos choros que mais me marcaram no cinema e que me fizeram chorar junto (o que não é lá muito difícil). Quando eu ficar triste novamente, farei uma segunda seleção de cenas, porque não tem coisa melhor para curtir uma tristezinha do que se deixar emocionar com a desgraça (ou alegria) de um personagem.


1 - Razão e sensibilidade (1995)

Este lindo filme, adaptado da obra de Jane Austen, tem a direção do fantástico Ang Lee e o roteiro de Emma Thompson. Conta a história de duas irmãs: a mais velha, que representa a razão (Emma Thompson) e a mais nova que representa a sensibilidade (Kate Winslet). Escolhi uma cena de choro de cada uma. A primeira para mim é simplesmente genial. Spoiler: Ela se encontra no final do filme, quando a personagem de Thompson descobre que o seu amado não se casou com outra. Boa, abnegada, racional, sensata e generosa, é impossível não ter empatia pela personagem. Thompson atua de maneira contida durante todo o filme e quando ela recebe a notícia do não-casamento, ela explode e extravasa toda a emoção que estava reprimida, numa das melhores cenas de choro de alegria do cinema.
 
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A segunda cena é igualmente importante e, ao contrário da rimeira, é um choro contido de tristeza. Após uma grande decepção amorosa, a personagem de Kate Winslet vai em direção ao castelo do amado, numa linda paisagem inglesa, e aos prantos, no meio da chuva,  murmura um trecho de um poema de Shakespeare. Esta cena é loucamente romântica, como a personagem.

Ela diz: Love is not love which alters when it alteration finds. Or bends with the remover to remove. Oh no! It is an ever fixed mark that looks on tempests and is never shaken. Willoughby. Willoughby. Willoughby.  

Para as almas românticas, aí vai o soneto integral  e traduzido de Shakespeare, de onde a personagem tirou a citação (dá vontade de decorar):


Soneto 116

De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça. Amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera
Ou se vacila ao mínimo temor.

Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;

È astro que norteia a vela errante
Cujo valor se ignora, lá na altura.

Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfanje não poupe nenhuma idade;
Amor não se transforma de hora em hora,

Antes se afirma, para a eternidade.
Se isto é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.


 


2 - O brilho de uma paixão (2009)

Outro belo filme, também poético (o que não poderia deixar de ser, visto que o personagem principal é o poeta John Keats), que deve ser visto nem que seja só por esta cena. O choro da personagem, interpretada por Abbie Cornish é uma das coisas mais lindas e sofridas que eu vi nos últimos anos. Spoiler: Ela recebe a notícia da morte do amado (não chega a ser um grande spoiler, porque é sabido que o poeta morreu muito jovem) e sua reação é de uma dor absurda e realista. Uma atuação, que só por essa cena, já merecia o Oscar. 



3 - Dançando no escuro (2000)

Este filme é dificílimo de assistir, como todos os filmes de Lars Von Trier, porque ele te deixa  completamente arrasado no final. Poderia ter escolhido também uma cena de Ondas do Destino, com a atuação sobrenatural de Emily Watson, mas vai ficar para próxima lista. Neste filme de 2000, Bjork tem uma performance tão entregue e linda, que nos faz ficar com o coração pequenininho. A cena que eu selecionei corresponde ao final do filme e me fez soluçar de choro. Quem ainda não viu o filme, não veja a cena ainda e assista a esta obra-prima desde o início. 



4 - E o vento levou (1939)

Uma cena clássica, de um dos filmes mais famosos do cinema. É o choro final de Scarlett O'Hara, interpretado pela Vivien Leigh. É um choro de súplica, de arrependimento, de medo e de força ao final. A personagem descobre o quanto amava o marido quando já era tarde demais. Para completar, é a cena em que aparece a frase mais célebre do cinema: "Frankly, my dear, I don't give a damn" (que poderia ser muito bem traduzida por: "Francamente minha querida, estou pouco me fu#$%&!"). É pra chorar mesmo...



5 - Preciosa (2009)

Em Preciosa, Mo'nique, com certeza, interpreta a mãe mais asquerosa já vista na telona. Mesmo assim, em sua última cena no filme, ela consegue humanizar a personagem em um monólogo maravilhoso. Sentimos um misto de raiva, ultraje e pena pela personagem. Em meios as lágrimas, ela ainda diz: "Who was gonna love me?" (Quem ia me amar?). Uma atuação incrível, ganhadora do Oscar no ano passado.

Cena completa com legenda: http://www.youtube.com/watch?v=FIB6WeewTNw


Mo'nique chorando em Preciosa


2 comentários:

  1. Muito bom o tema desse post! E especial a sua lembrança de cenas de grandes filmes antigos, como GONE WITH THE WIND, sem deixar novas produções de fora. Destaco como minhas prediletas a cena de Mo Nique em PRECIOUS. Excelente atuação da vencedora do Oscar, em uma cena que leva o expectador a questionar seu julgamento sobre a personagem, já que a mesma revela, com seu choro, os traços mais humanos e inesperados pela história construída no filme. Excelente!!! Parabéns!!!

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  2. Muito bom o seu blog, Leonardo. Recebi a dica da Flávia e acabei de ler esse texto com as melhores cenas de choro no cinema. Adoro o filme brilho de uma paixao. Com certeza é um dos melhores filmes que já vi na minha vida. parabens pelo blog...

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