segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Ladrão de casaca - 1955 e Waltzes from Vienna - 1934

Ladrão de casaca

Na Cinemateca de Paris, está passando uma retrospectiva dos filmes de Hitchcock. Hoje compareci a uma sessão dupla para ver o famoso Ladrão de casaca e o pouco conhecido Waltzes from Vienna. A primeira sessão se deu numa sala completamente lotada, tão cheia que um francês ao meu lado comentou: "está tão cheio como se fosse para ver Um corpo que cai ou Psicose" (obras-primas de Hitchcock). Ao que o amigo respondeu: "talvez seja por causa do Cary Grant e pela Grace Kelly".  O primeiro ainda acrescentou que achava esse filme, Ladrão de Casaca, um filme menor do grande diretor.  Eu já o tinha assistido há alguns anos e francamente não me lembrava muito bem dele, mas assisti-lo novamente foi uma redescoberta deliciosa. Sim, com certeza, não é o melhor Hitchcock, mas o filme carrega um charme fascinante. Ele se passa na França, nas cidades de Nice e Cannes (Riviera francesa), e conta a história de uma série de roubos de diamantes cuja culpa e autoria recai sobre um famoso ladrão do passado, Cary Grant. O tema recorrente do falso culpado é, então, novamente posto em cena. O filme é leve e a trama central não se leva tão a sério. Cheio de humor e com ótimos diálogos, recheados de malícia, o filme é uma boa oportunidade de ver Cary Grant e seu imenso carisma e Grace Kelly no auge da sua beleza (e ela também não era má atriz). A fotografia é maravilhosa, ganhadora do Oscar daquele ano e o figurino é impecável. Essa foi a última parceria de Grace Kelly com o diretor. Curiosidade mórbida: a atriz, já princesa de Mônaco, morreu em um acidente na mesma estrada em que ela aparece dirigindo em alta velocidade em cenas do filme.

Uma das marcas registradas do diretor eram suas rápidas aparições em suas tramas (cameo), tente o encontrar na cena abaixo do filme (é bem fácil):






Assista  também ao trailer do filme:



 Waltzes from Vienna

Assisti a essa produção que remonta ao início da carreira do diretor, em uma sessão bem menos cheia. Após ver o filme, li que Hitchcock o considerava o pior de sua carreira, o que ele repetiu em diversas entrevistas. Essa pode ser uma informação desestimuladora, mas não nos podemos deixar levar pela crítica tão dura de seu diretor. O filme realmente não se encaixa à filmografia de Hitchcock. É uma biografia romântica de Strauss Jr. Estranhamente, eu adorei. Super leve, engraçado e bobo, em um bom sentido, o filme apresenta uma história que carrega um pouco da inocência dos filmes mudos. O enredo fala da composição da famosa valsa Danúbio azul. Essa biografia-comédia-romântica me fez rir muitas vezes e sair com um sorriso no rosto ao fim da sessão. Não é um grande filme, mas é um filme que vale a pena ser visto.

Veja os primeiros minutos do filme:








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