domingo, 17 de julho de 2011

Joana D’Arc

Maria Falconetti como Joana D'Arc
 
A vida da mártir francesa Joana d’Arc serviu de inspiração para nada menos que nove adaptações cinematográficas. Cineastas de diferentes nacionalidades se incumbiram da transposição para a telona da biografia da heroína francesa. Entre eles, se encontram nomes de peso, como o americano Cecil B. DeMille, o dinamarquês Carl Theodor Dreyer, o americano Victor Fleming, o austríaco Otto Preminger, o italiano Roberto Rossellini e o francês Robert Bresson. Já em 1900, nos primórdios da sétima arte, Georges Méliès, responsável por transformar o cinema em um trabalho verdadeiramente artístico, fez um curta sobre a vida de Joana D’Arc. O último filme realizado sobre a heroína foi lançado em 1999, dirigido pelo francês Luc Besson. 

Por que a história de Joana d’Arc inspirou e continua inspirando tantos artistas de diferentes gerações e nacionalidades? A trágica história da francesa tem vários elementos religiosos e políticos e é cercada de mitos e lendas. Ela nasceu em Domrémy-la-Pucelle, aproximadamente em 1412. Filha de agricultores e descendente de camponeses, a moça afirmava ter começado a ouvir vozes divinas aos 13 anos. Ela foi líder do exército francês e obteve do rei Carlos VII a autorização para libertar a cidade de Orléans, dominada pelos ingleses. Após o sucesso nesta empreitada, ela ainda liderou o exército francês em outras importantes batalhas. No entanto, em 1430, ela foi capturada e vendida aos ingleses. Após um longo processo de julgamento, ela foi condenada por heresia e queimada viva, aos 19 anos, numa fogueira em Rouen, cidade francesa, sendo chamada de bruxa. Em 1920, Joana d'Arc foi canonizada pelo Papa Bento XV.

Dos muitos filmes realizados sobre a mártir francesa, um se destaca pela sua excelência, sendo constantemente apontado como um dos melhores filmes da história do cinema. A obra-prima A paixão de Joana d’Arc, de 1928, dirigido por Carl Theodor Dreyer é um filme mudo francês, protagonizado por Maria Falconetti. Dreyer realizou um filme tão intenso e angustiante sobre o julgamento de Joana d’Arc, que nenhuma outra adaptação posterior conseguiu superar sua obra. Abusando dos closes-up e de planos e ângulos fora do comum, o diretor dinamarquês faz de A paixão de Joana d´Arc uma experiência estética inovadora e emocionante. Grande parte do poder do filme encontra-se na atuação de Maria Falconetti, considerada pela renomada crítica de cinema Pauline Kael, a melhor interpretação oferecida por um ator no cinema. Este foi o segundo e último filme da atriz. Através de suas expressões faciais, ela consegue transmitir toda a dor de sua personagem. 

Mas não só Maria Falconetti teve o privilégio de representar Joana d´Arc no cinema. A fantástica Ingrid Bergman o fez duas vezes, as belas Jean Seberg e Milla Jovovich também a encarnaram.

Veja os melhores filmes sobre a heroína francesa:

1 - A Paixão de Joana d'Arc (1928), de Carl Theodor Dreyer, com Maria Falconetti, Eugene Silvain e André Berley.

2 - O Processo de Joana d'Arc (1962) de Robert Bresson, com Florence Delay, Jean-Claude Fourneau e Roger Honorat.

3 - Joan of Arc (1948) de Victor Fleming, com Ingrid Bergman, José Ferrer e Francis L. Sullivan.

4 - Joana D'Arc (1957) de Otto Preminger, com Richard Widmark, Richard Todd e Anton Walbrook.

5 - Joana d'Arc (1999) de Luc Besson, com Milla Jovovich, John Malkovich e Rab Affleck

 

Matéria publicada originalmente no site Somos Biografia. Confira minha coluna no site: toda sexta-feira dicas de cinebiografias. 

 

2 comentários:

  1. Esse filme realmente é demais... Pena que temos por consequência um final trágico, mais se não fosse trágico não seria legal...

    Tem post novo www.medicinepractises.blogspot.com

    Passa por lá

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  2. Gosto da interpretação de Maria Falconetti, mas de todas as versões, acredite se quiser, a que achei mais intrigante e interessante foi a versão de Luc Besson - por sinal, Milla Jovovich está muito bem e o filme é cheio de simbolismo. Coisa que adoro!

    abraço, belo post!

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