segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Shame - 2011

Título original: Shame
Lançamento: 2011
País: Inglaterra
Direção: Steve McQueen
Atores: Michael Fassbender, Carey Mulligan, James Badge Dale, Hannah Ware.
Duração: 99 min
Gênero: Drama
Michael Fassbender, o ator do ano, em cena de Shame

No dia 22 de novembro, aconteceu a pré-estreia oficial de Shame em Paris. O longa-metragem levou o prêmio de Melhor Ator, no Festival de Veneza, este ano, e é apenas o segundo filme de Steve McQueen. O diretor inglês estreou nas telonas em 2008, com o excepcional Hunger. Uma sala gigantesca do MK2, grande rede de cinemas em Paris, ficou arrebatada de centenas de pessoas, a maioria delas ansiosas para ver um dos grandes astros do momento: Michael Fassbender. O ator, alemão de nascimento e irlandês de criação, aos 34 anos, estampa várias capas de revistas, lançou três filmes em 2011 e é considerado um dos maiores símbolos sexuais dos últimos tempos. Shame apenas reforça esse status.

O novo filme de McQueen conta a história de Brandon, um homem belo e desejado pelas mulheres, que cultiva um estilo de vida invejável em Nova York e que tem trabalho estável numa empresa de publicidade. Tudo estaria perfeito em sua vida, se não fosse por um detalhe: ele é viciado em sexo. Na entrevista realizada logo após a projeção do filme, Fassbender afirmou que, a princípio, não sabia  como encarar seriamente essa situação. Afinal, por que ser viciado em sexo seria, necessariamente, um problema? O maravilhoso roteiro de Steve McQueen e Abi Morgan, no entanto, nos leva às profundezas desse vício, nos revelando sua face mais deprimente e dolorosa. Para complicar, a irmã caçula do protagonista, Sissy (Carey Mulligan), que sofre de depressão e tem tendências suicidas, se instala no apartamento de Brandon, invadindo a vida e o espaço do irmão, que não sabe como lidar com a sua presença.

Cena inicial do filme
McQueen nos apresenta a dois personagens à beira do precipício, em uma situação extrema. A carente e problemática Sissy lança um pedido de socorro mudo e desesperado para o seu irmão, que a ignora.  Por mais que no fundo ele se preocupe com ela, Brandon não consegue demonstrar nenhum afeto pela irmã ou  por qualquer outra pessoa. Mas, afinal, qual a origem do vício do personagem? O que ele tenta sublimar através da sua compulsão sexual? De fato, pouco sabemos do passado dos dois personagens. Pouco nos é dito pelo filme. Só sabemos que, aparentemente, Sissy e Brandon só têm um ao outro e que a vida pregressa desses dois irmãos, provavelmente, não foi nada fácil. A moça diz em certo momento: "Nós não somos más pessoas. Só viemos de um lugar ruim". Shame é, então, um sensível estudo de personagens, que não procura fazer deles meras caricaturas de seres "problemáticos". O filme também não se interessa em justificar os atos de seus protagonistas ou mesmo lhes proporcionar um artificial final feliz. Cabe ao espectador formular suas hipóteses. 

Certos elementos encontrados em Hunger, podem ser vistos no novo filme de McQueen. Chamam a atenção o interesse pelos detalhes, a abundância de closes, os longos silêncios e o interesse pelo o que se repete. A frieza da câmera de McQueen esconde um vulcão que está prestes a entrar em erupção. Assim, a medida que o filme se desenrola, a história vai ficando dramática, até a irrupção do catártico último ato, o grande momento do filme. A direção, combinada com a qualidade das performances, nos proporciona um filme angustiante, profundamente triste e melancólico. 

Algumas cenas demoram a sair da memória, como aquela em que Brandon ataca sua irmã, após ela tê-lo surpreendido se masturbando no banheiro. É impressionante como McQueen brinca com nossas expectativas, transformando bruscamente o tom da cena. A princípio, parece  que estamos diante de lutinha entre irmãos. Sissy ri, como se finalmente pudesse ter um momento descontraído e de intimidade com Brandon, mas logo percebemos a agressividade do protagonista. O olhar de Sissy muda, tanto ela quanto o espectador percebem, subitamente, que não se trata de uma brincadeira. Brandon se sente coagido, no fundo, envergonhado de si mesmo. Ele não sabe como lidar com a vergonha que sente de sua compulsão e o título em inglês (Shame = vergonha) não poderia ser mais apropriado para a história. A presença de Sissy o faz confrontar esse sentimento.


Carey Mulligan canta New York, New York em cena do filme

O longa ainda deixa espaço para várias especulações. Por exemplo, o que teme Brandon com aproximação de sua irmã? Por que ele a rejeita tanto? Por que ele recusa qualquer contato físico com ela? Seria um possível medo do incesto? O filme nos permite essa leitura, ou mesmo, essa hipótese. Mas o que parece mais claro é que Brandon não consegue se relacionar afetivamente com mulheres, tudo passa pelo viés do sexo. No momento em que uma mulher se envolve romanticamente com ele, caso de Marianne (ótima participação de Nicole Beharie), ele não consegue consumar o ato sexual. Ele só consegue fazer sexo e é incapaz de fazer amor.

Michael Fassbender se entrega completamente ao papel. Uma entrega física e emocional. O ator protagoniza cenas de nu e cenas ousadas de sexo. Mas o que impressiona mesmo é a composição do personagem. Brandon é um homem calado, introspectivo, tímido a ponto de mal conseguir estabelecer uma conversa em um primeiro encontro. Sob essa superfície, encontra-se um indivíduo completamente atormentado, capaz de ser cruel, sórdido, vulgar, mas também capaz de se emocionar ao ouvir a irmã cantar pela primeira vez. Em uma das mais belas cenas do filme (ver foto abaixo), em que Brandon pede a Sissy para ir embora, a voz de Fassbender, carregada de ódio, é tão violenta quanto as coisas que ele diz para sua frágil irmã, interpretada por Carey Mulligan. A atriz é o perfeito contraponto de Fassbender. Ela encarna com extrema vulnerabilidade e sensibilidade a sua personagem, um ser perdido e carente. E uma grata surpresa: ela canta muito bem.


Cena digna de Oscar em Shame
Infelizmente, Shame só estreará no Brasil no ano que vem. O filme está cotado para algumas categorias do Oscar, sendo um dos favoritos a de Melhor Ator. Steve McQueen confirma ser um cineasta relevante, interessante e seu estilo é ao mesmo tempo sofisticado e visceral. 



Pôster francês do filme



sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Zuzu Angel e sua cinebiografia

Título original: Zuzu Angel                        
Lançamento: 2006 
País: Brasil
Direção: Sergio Rezende
Atores: Patrícia Pillar, Daniel de Oliveira, Luana Piovani, Leandra Leal.
Duração: 110 min
Gênero: Drama



Zuzu Angel, ou Zuleika Angel Jones, nasceu em Curvelo, Minas Gerais, em 1921. Mudou-se ainda jovem para Belo Horizonte e morou por muito tempo na Bahia. Em 1947, se mudou para o Rio de Janeiro, onde se dedicou à costura. Nos anos 70, abriu sua loja em Ipanema, que veio a se tornar muito famosa. Suas roupas misturavam tecidos bem brasileiros, como a chita, e rendas, seda e outros materiais. Adepta de estampas, Zuzu fazia referência, em suas criações, ao folclore, à fauna e à flora do Brasil. Ela se tornou umas das estilistas nacionais mais famosas da época e suas roupas fizeram sucesso dentro e fora do país.

Mas não foi somente como estilista que Zuzu ficou conhecida. No início dos anos 70, seu filho, Stuart Jones, estudante de economia e militante político, foi torturado e assassinado pelo serviço de inteligência da Aeronáutica (CISA). A partir daí, começou a luta de Zuzu Angel contra a ditadura para tentar reaver o corpo do filho. Zuzu chamou a atenção de celebridades, do então secretário de estado norte-americano, organizou desfiles-protesto e comprou muitas brigas. Ela morreu em um misterioso acidente de carro, em 1976. A música, Angélica, é uma homenagem de Chico Buarque a ela. 

Zuzu Angel, longa-metragem brasileiro, foi dirigido por Sérgio Rezende, responsável por Lamarca (1994) e Guerra de Canudos (1997). O filme retrata a busca desesperada de Zuzu pelo corpo de seu filho. Como exemplar cinematográfico, o filme tem mais erros do que acertos. Ele falha em sua estrutura caótica (recheada de flashbacks), em seu tom exagerado e por vezes piegas, na trilha sonora excessivamente dramática e no trabalho irregular de seu elenco. O longa, no entanto, também apresenta qualidades. Algumas cenas são extremamente bem-feitas, como aquela em que Zuzu discursa no avião e a impactante cena da tortura nos porões da ditadura. Patrícia Pillar está excelente no papel-título, provando mais uma vez que é uma ótima atriz. 

Zuzu Angel é um filme que falho, mas comovente. A história da estilista brasileira merecia ser contada no cinema. A trajetória desta mãe merece sempre ser lembrada, afinal muitos filhos da Ditadura continuam desaparecidos. 



quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A Separação - 2011

Título original: Jodaeiye Nader az Simin
Lançamento: 2011 
País: Irã
Direção: Asghar Farhadi
Atores: Peyman Moaadi, Leila Hatami, Sareh Bayat, Shahab Hosseini.
Duração: 123 min
Gênero: Drama

Simin (Leila Hatami) e Nader (Peyman Moaadi)

É mágico quando um cineasta consegue captar em sua obra as incongruências e contradições humanas. É o que faz o iraniano Asghar Farhadi em seu belíssimo filme A Separação. Mas ele faz muito mais do que isso. O diretor e roteirista retrata, de uma maneira rara no cinema, o doloroso processo da separação de um casal. A intriga principal pode até parecer outra, mas o que assistimos, na verdade, é o esfacelamento de uma família, o desligamento gradual de duas pessoas que se amam, mas que não podem mais viver juntas. E mais: o filme mostra ainda o lugar da criança, do filho, a terceira e talvez mais frágil vítima da separação. Com tudo isso, Asghar Farhadi faz um dos melhores filmes do ano, candidato iraniano a uma  das cinco vagas na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar. 

Em A Separação, Simin (Leila Hatami) pede o divórcio ao marido, Nader (Peyman Moaadi), por ele se recusar a deixar o Irã e começar uma nova vida no exterior, junto com a filha, Termeh (Sarina Farhadi). Nader se justifica dizendo que não poderia deixar para trás o pai, que sofre de mal de Alzheimer. No entanto, ele não se opõe à partida da esposa, concedendo facilmente o divórcio, não permitindo, entretanto, que a mesma leve a filha. Simin não viaja, mas sai de casa e Nader e Termeh têm que se adaptar a uma nova realidade. Para cuidar do pai doente, Nader contrata Razieh (Sareh Bayat). Certo dia, Nader chega em casa e encontra seu pai caido no chão, com o braço amarrado na cama. Quando Razieh retorna, Nader é agressivo com ela e a põe pra fora do apartamento a força. Após sofrer um aborto que seria consequência da agressão, Razieh e seu intempestivo marido, Hodjat (Shahab Hosseini), prestam queixa contra Nader, virando a vida dele e de sua família de cabeça para baixo. 

O brilhante roteiro de Fahardi mostra o choque de duas famílias em crise. Simim, Nader e Termeh devem lidar com a nova configuração de suas vidas após o divórcio. Já Reziah e Hodja atravessam uma grave crise financeira, causa e consequência da instabilidade emocional deste último. Não existem bandidos, ou mocinhos, nem bons e ruins. Boas intenções também podem trazer o mal. Nenhum personagem é unidimensional, nenhum personagem pode ser rotulado. Assim, o filme reúne indivíduos que não podem se comunicar, que não podem se compreender, separados por um abismo. Eles se confrontam por egoísmo, por falta de compreensão, mas não por falta de humanidade. Os personagens de A Separação são imensamente humanos, imperfeitos, falhos, capazes dos maiores atos de bondade e de mesquinharia. 

Fahardi opta por uma câmera inquieta e viva que confere um realismo desconfortável às cenas. Por vezes, sentimos que estamos diante de um documentário, tamanho efeito de realismo promovido pelo diretor. A abordagem sensível e, ao mesmo tempo, a forma crua com que Fahardi pinta certas situações, como as cenas que se passam na delegacia, é uma combinação que se revela brilhante. A transformação da relação de Simin e Nader é metaforizada pelo primeiro e pelo último planos do longa-metragem. A primeira sequência mostra o casal diante do juiz e lança o contexto do filme. Apesar de estarem pedindo o divórcio, os dois personagens  encontram-se no mesmo recinto, lado a lado. Ainda há esperança, ainda há diálogo e comunicação. No último plano, os personagens já se encontram separados e em lados opostos do tela, em completo silêncio. É a ruptura total.

O elenco do filme é uma preciosidade. A começar por Peyman Moaadi que confere ao protagonista uma complexidade ímpar (este é apenas o segundo longa-metragem do ator). Nader é um personagem dúbio, suas atitudes são questionáveis, ele se revela por vezes fraco e covarde, outras vezes sua conduta é admirável. É belíssima a forma com a qual a relação dele com o pai (Ali-Asghar Shahbazi) e com a filha é retratada. E por falar em Termeh, sua intérprete, a jovem Sarina Farhadi, filha do diretor, oferece uma das melhores performances do filme. A atriz atua com a sensibilidade de uma veterana. Difícil não se comover com a performance de Sarina. Já a belíssima Leila Hatami, confere humanidade a uma personagem que poderia ser vista como a grande egoísta da trama. Simin vive a dor da rejeição do marido, que permitiu que ela se fosse. Sareh Bayat dá um show em cada cena, seu olhar é carregado de dor, de cansaço e de sofrimento. Por fim, Shahab Hosseini interpreta brilhantemente o instável, depressivo e perigoso Hodjat, conseguindo a proeza de não cair na caricatura do vilão. Se justiça houvesse, muitos desses atores maravilhosos seriam lembrados no Oscar, mas por se tratar de um filme não-americano as chances são quase nulas.

A Separação é um filme relevante, comovente e surpreendente. Esse belo drama familiar revela o olhar sensível, crítico e apaixonado de um cineasta fascinante sobre o ser humano e sobre as relações humanas. Não deixe de ver essa pérola do cinema iraniano!


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Filmes que a gente adora, mas com certa vergonha...


Dentre os filmes que você pode ver um milhão de vezes sem se cansar, há algum de gosto duvidoso? Você tem vergonha de admitir para as pessoas que certo filme está na lista dos seus favoritos? Existem produções, muitas vezes sem relevância cinematográfica nenhuma, obras formulaicas, cheias de clichês, bobas ou que a crítica é unânime em afirmar que ruim, mas que, mesmo assim, você adora? Não se puna. Você é humano e esse fenômeno acontece com todo mundo. Um filme pode nos conquistar por diversas razões, nem sempre relacionadas a sua qualidade. 

O Clube do Filme selecionou as produções que muita gente ama, mas tem vergonha de admitir. Primeiramente, fiz minha lista pessoal, depois selecionei alguns títulos de grande apelo popular, de acordo com uma pesquisa que realizei e depoimentos colhidos na internet.

Meus filmes:

1 -  Séries de paródia: Corra Que a Polícia Vem Aí (1988, 1991, 1994), Loucademia de polícia (1984, 1985, 1986, 1987, 1988, 1989, 1994) e Todo mundo em pânico (2000, 2001, 2003, 2006).

Meu professor de História do Cinema costumava dizer que filmes de paródia são as coisas mais abjetas do cinema. Mesmo assim, não contenho as gargalhadas com Leslie Nielsen em
Corra Que a Polícia Vem Aí. Fazer o que?!

2 - Esqueceram de mim 1 e 2 (1990, 1992)

Esqueceram de mim faz parte da infância de muita gente. Para mim, o filme remete a Natal e a macarronada. Outro dia, não resisti e revi a comédia no avião. Em alguns momentos, me pegava rindo super alto. Embaraçoso, não?

3 - Miss Simpatia (2000), Enquanto você dormia (1995) e outras comédias com Sandra Bullock.

Será que agora que Sandra Bullock tem um Oscar, pega menos mal admitir que eu adoro as comédias românticas da atriz?

4 - A Lagoa Azul (1980) e De volta a Lagoa Azul (1991)

Para falar a verdade, não sei bem qual que é qual, já que os dois filmes contam praticamente a mesma história. Mas adorava ver à tarde na televisão... Mas quando eu era novinho, ok?

5 - Filmes de pessoas que trocam de corpo: Se eu fosse você 1 e 2 (2006, 2009), Sexta-feira muito louca (2003) e outros.

A ideia já foi repetida inúmeras vezes, com algumas pequenas mudanças: mãe e filha que trocam de corpo, marido e esposa, homem e cachorro... Originalidade para quê, não é mesmo? O "problema" é que a maioria desses filmes me faz rir. 

6 - Filmes feitos para chorar: Titanic (1997), Love Story (1970), Um amor para recordar (2002) e outros...

Filmes cheios de sentimentalismo, que manipulam os sentimentos do espectador e nos quais desgraças se sucedem... Ok, eu assumo: choro (e muito). 

7 -  Musicais adolescentes, como: High School Musical (2006, 2007, 2008)

Esse é um dos mais difíceis de admitir. Já me defendo dizendo que os vi por livre espontânea pressão. No entanto, tem músicas que grudam na cabeça e esses adolescentes parecem tão felizes... Pudera, não têm preocupações, não estudam, só dançam e cantam.

8 - Filmes de homens que se vestem de mulher: As Branquelas (2004), Uma babá quase perfeita (1993), Tootsie (1982) e outros.

O que existe de tão engraçado em ver um homem se travestir de mulher? É um dos maiores clichês do cinema desde o clássico Quanto mais quente melhor (1959), mas ainda faz o povo rir (eu inclusive)...

 9 - Filmes de terror trash: The Evil Devil - A Morte do Demônio (1981), Uma Noite Alucinante (1987), Elvira  - A Rainha das trevas (1988), Gremlins (1984) e outros. 

Eu adoro esses filmes! Nem sei se tenho vergonha mais... Quando vi Uma Noite Alucinante pela primeira vez, era um susto, uma gargalhada, um susto, uma gargalhada e dá-lhe sangue verde e mão decepada voando!

10 - Minha mulher é uma extraterrestre (1988)

Pouca gente deve lembrar-se desse filme, mas quando eu era pequeno, adorava (tinha gravado em casa). É uma comédia que conta a história de uma mulher que vem do espaço para uma missão e se apaixona por um homem. O que não me esqueço é do ET/Olho bizarro que saía da bolsa da protagonista e que era, na verdade, o vilão do filme. Ah... eu adorava!

Filmes que muitas pessoas amam, mas sentem vergonha de admitir (ou deveriam sentir):

1 - A série Crepúsculo (2008, 2009, 2010, 2011)

Depois da minha lista-confissão, quem sou eu para julgar o mau gosto alheio, né? Mas, me pergunto como uma coisa tão ruim pode fazer tanto sucesso? Histórias de vampiro, no entanto, sempre exerceram fascínio sobre as pessoas...

2 - Vovó Zona 1, 2 e 3 (2000, 2006, 2011), O professor aloprado 1 e 2 (1996, 2000), Norbit (2007) e filmes do tipo.

Martin Lawrence e Eddie Murphy já nos legaram diversas pérolas e o cinema (não) agradece. 

3 - A série Harry Potter (2001, 2002, 2004, 2005, 2007, 2009, 2010, 2011)

Tudo bem que a série melhorou bastante no final (os dois últimos filmes são excelentes), mas ainda dá uma vergonhinha alheia quando alguém assume que é super fã, né?  Ou sou só eu?

4 - A série Jogos Mortais (2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 – isso mesmo, um por ano!)

A cada nova continuação que surge (e já são muitas!) os roteiristas nos provam que existe sempre uma nova maneira de torturar as pessoas. Criatividade para isso é que não falta. Daqui a pouco a tortura vai ser a assistir os sete filmes em sequência até os olhos sangrarem.

5 - Qualquer filme protagonizado por  Rob Shneider.

Outra sugestão de tortura para o próximo Jogos Mortais é fazer alguém assistir a filmografia completa de Rob Schneider. Tem gente, no entanto, que adora Gigolô Por Acidente (1999), Gigolô Europeu por Acidente (2005), Animal (2001), Garota veneno (2002) e outros. 

6 - Todas as continuações de Rambo (1982, 1985, 1988, 2008) e Rocky (1976, 1979, 1982, 1985, 1990, 2006).

Eu sou da opinião de que deveriam ter parado no primeiro.

7 - Sex and the city 1 e 2 (2008 e 2010)

Sex and the City era uma série boa, mas quando foi para o cinema...

8 -  Todos os filmes de Michael Bay: como Armageddon (1998), Pearl Habor (2001), Transformers 1, 2 e 3 (2007- 2011).

Michael Bay sabe ganhar dinheiro, só não sabe fazer cinema... No entanto, ele está podre de rico e continua fazendo filmes comerciais que a galera adora. Arte que nada, o bom é criar um monte de explosões!

9 - Filmes de destruição da Terra : Independence Day (1996), O dia depois de amanhã (2004), 2012 (2009) e outros.

Não satisfeito de destruir o planeta em seu quotidiano, o homem ainda faz questão de destruí-lo no cinema.

10 - Filmes de monstros gigantes: Anaconda (1997), Godzila (1998) e outros.

É mesmo divertido ver Jennifer Lopez fugindo de uma cobra gigante no meio da floresta amazônica, não tem como negar.

11 - Filmes de cachorros que falam ou filmes de cachorro simplesmente.

Adoro cachorro, mas não suporto filme de cachorro. Faz sentido? Só do tal do Beethoven foram feitos seis filmes!!! O cão tem a filmografia mais extensa que muito ator por aí.

12 - Musicais ruins: Dreamgirls (2006), Mamma Mia (2008) e Nine (2009).

Os dois primeiros são constrangedores, o último é um fracasso um pouco mais digno. Mas vai dizer a um fã de Abba que Mamma Mia (com Meryl Streep saltitante) é ruim?

13 - Alguns filmes baseados em quadrinhos como: O Quarteto Fantástico 1 e 2 (2005 e 2007), Batman e Robin (1997), Mulher Gato (2004), Homem- Aranha 3(2007).

Existem ótimos filmes baseados em histórias em quadrinhos, mas os citados acima são uma tristeza...

14 -  A série American Pie (1999, 2001, 2003)

Jovens americanos super excitados e sem-noção em situações vexatórias e escatológicas é uma mistura de sucesso, ao que parece.

15 - Filmes protagonizados por cantoras que não sabem atuar (e cantar, no caso da Britney): Glitter - O brilho de uma estrela (2001), Crossroads - Amigas Para Sempre (2002), De Justin para Kelly (2003). 

Infelizmente, o cinema teve que passar por essas três experiências traumáticas. Até hoje, ele não se recuperou totalmente.


16 - Filmes de monstros consagrados do cinema vs. outros montros famosos. Ex: Alien vs. Predador (2004)
Quem teve essa ideia é um gênio!


E você? Qual filme você adora mas tem receio de espalhar aos quatro ventos? Conte quais são seus guilty pleasures movies...


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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Idi Amin e sua cinebiografia

Título original: The Last King of Scotland
Lançamento: 2006
País: Inglaterra
Direção: Kevin Macdonald
Atores: Forest Whitaker, James McAvoy, Kerry Washington, Simon McBurney.
Duração: 121 min
Gênero: Drama


 
Idi Amin figura, sem dúvida, na lista dos ditadores mais assombrosos de todos os tempos. Lista esta encabeçada por Adolf Hitler, de quem Amim era admirador. O ditador ugandense nasceu por volta de 1925, em Koboko. Ele tomou o poder em 1971, quando era comandante das Forças Armadas do país. Amin fazia parte da etnia kakwa e impressionava por sua força, altura e imponência (ele tinha 1.90m). Ele chegou a ser campeão de boxe na categoria de pesos-pesados nos anos 50. O déspota era conhecido por seu comportamento excêntrico, por suas mudanças constantes de humor, pelo seu espírito vingativo, violento e pelo seu ego inflado. Uma vez afirmou que era o “rei da Escócia”, chegando ao extremo de usar um Kilt (a saia masculina escocesa) em uma solenidade. 

Muitos mitos giram em torno de Amin, todos envolvendo barbáries. Dizem, por exemplo, que ele praticava canibalismo e que ele mantinha cabeças decepadas em sua geladeira. Fato é que o ditador foi reconhecido dentro e fora da África como sendo um dos maiores assassinos da história mundial. Na conta de Amin, recaem aproximadamente cem mil mortes. O genocida também foi responsável pela expulsão de 90 mil asiáticos do país (estes dominavam a vida econômica de Uganda). Em sua administração, ele rompeu relações diplomáticas com Israel e com o Reino Unido. Em 1979, ele foi deposto pela Frente Nacional de Libertação da Uganda e pelas forças do presidente da Tanzânia. Em 2003, Idi Amin morreu, aos 78 anos, na Arábia Saudita, onde ficou exilado. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos. Um dia de festa em Uganda. 

O último rei da Escócia, filme do cineasta escocês Kevin Macdonald, acompanha a trajetória de Nicholas Garrigan, jovem médico recém-formado, também de nacionalidade escocesa, que viaja a Uganda para exercer a profissão e conhecer a realidade do povo africano, que o encanta. Nicholas é “descoberto” por Idi Amim, que acabara de tomar o poder no país e em quem grande parte da população pobre e carente depositava muitas esperanças. O ditador convida o sonhador rapaz para ser seu médico particular. Convivendo de perto com Amin, Nicholas aos poucos percebe que está sendo manipulado por um homem de caráter vil e violento. Ele vivencia a mudança que ocorre no governo “popular” de Amim, que logo começa a se transformar em um banho de sangue. 

Forest Whitaker tem a difícil responsabilidade de encarnar Idi Amin. O grande ator se sai, no entanto, muitíssimo bem criando um personagem sedutor, traiçoeiro, que se revela aos poucos monstruoso e perigoso. Por sua atuação, Whitaker ganhou o Oscar de Melhor Ator. James McAvoy interpreta o verdadeiro protagonista da história, naquela que é provavelmente sua melhor atuação. O jovem ator constrói um personagem sonhador, inocente, de boas intenções, que se vê preso em uma armadilha. 

O roteiro de Jeremy Brock e Peter Morgan (de A Rainha) peca apenas por incluir como um dos seus arcos dramáticos principais um romance inverossímil entre Nicholas e uma das esposas de Amin. O diretor Kevin Macdonald, por sua vez, que tem uma longa experiência como documentarista, faz um ótimo trabalho conferindo uma atmosfera tensa e inquietante à trama e retratando de maneira sensível a miséria no país africano. O último rei da Escócia é um retrato assustador de um dos mais perversos ditadores que já existiram.



quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Cena do Dia - Interlúdio (1946)

O Clube do Filme chegou a 40.000 visitas! 

Para comemorar este feito em grande estilo, vamos comentar, no post de hoje, uma cena inesquecível do cinema clássico hollywodiano.

 
Nossa Cena do Dia foi retirada de um dos filmes mais amados de Alfred Hitchcock: Interlúdio (1946). Estrelado por Ingrid Bergman e Cary Grant, o filme é uma bela história de amor e também uma ótima trama de espionagem. (Uma mistura irresistível nas mãos de Hitchcock!) Outra razão para gostar de Interlúdio, é que ele se passa no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro (apesar de que apenas algumas externas foram gravadas na cidade). No filme, Bergman é Alicia, uma espiã americana que se casa com um nazista para desvendar um misterioso sistema de tráfico de urânio, que seria utilizado para a fabricação de uma bomba atômica. Alicia trabalha para o agente Devlin (Cary Grant), por quem  se apaixonou perdidamente. Ele, obviamente, corresponde aos sentimentos da moça (como não se apaixonar por Ingrid Bergman?), mas uma série de quiproquos faz com que um duvide do que o outro sente. Alicia é uma personagem extremamente interessante. Filha de um nazista, cujos ideais ela repudia, a moça, que também é alcoólatra, vivia uma vida desregrada antes de conhecer Devlin e iniciar sua missão. Os grandes vilões da trama são Alexander Sebastian (o fantástico Claude Rains) e sua pérfida mamãe Mme. Sebastian (Leolpoldine Constantin). Alexander, com quem Alicia se casa, descobre eventualmente que ela é uma espiã e decide que precisa matá-la, mas sem gerar desconfiança. Para isso, ele vai envenenando aos poucos a esposa. A moça, que vai gradualmente definhando, descobre o plano do marido, na famosa "cena do chá". 





A questão do "saber" é muito importante no filme, ou seja, a cada momento um personagem sabe mais que o outro, posição que se alterna regularmente. Na cena do chá, finalmente, Alicia volta a ficar um passo a frente dos vilões, já que ela descobre que eles a estão envenenando, mas eles não sabem que ela sabe. A cena é brilhantemente dirigida. No início, a câmera focaliza a xícara de chá, acompanhando-a até chegar a Alicia, um detalhe dirigido ao espectador, que mostra o veneno e sua destinatária. Numa saleta da mansão de Sebastian, uma conversação se inicia entre Alicia e o médico; Sebastian e a mãe, também estão presentes. A taça, no entanto, está lá e sua presença é assustadora e angustiante. Podemos afirmar que ela é uma das protagonistas da cena. Hitchcock investe em planos em que ela assume quase toda a tela. Para conseguir este efeito, o cineasta mandou fabricar uma taça gigante! Em determinado momento, o médico se engana e pega a taça de Alicia. Os vilões acabam se denunciando através de suas reações. A heroína tem então a revelação que a deixa completamente transtornada. A partir de então, Hitchcock aposta na câmera subjetiva que revela olhar da personagem, alternando-a com planos sobre o rosto de Bergman. Vemos o que ela vê e também a vemos, uma visão "interna" e "externa" da personagem. A imagem distorcida, o jogo de luz e sombra, indicam a mal-estar da personagem. O som é abafado pela trilha sonora, que se torna mais e mais dramática. A interpretação de Bergman é tocante, transmitindo a fragilidade e o extremo sofrimento da protagonista. A sequência termina com a queda de Alicia. Uma belíssima cena, deste clássico do cinema. 

A cena se inicia às 07'34 do Vídeo 1 e termina às 02'03 do Vídeo 2:








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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Tudo pelo poder (2011)

Título original: The Ides of March
Lançamento: 2011
País: Estados Unidos
Direção: George Clooney
Atores: George Clooney, Ryan Gosling, Marisa Tomei, Philip Seymour Hoffman, Paul Giamatti, Evan Rachel Wood.
Duração: 101 min
Gênero: Drama
Estreia prevista para 23 de dezembro de 2011

George Clooney e Ryan Gosling

Após o bem-sucedido Boa Noite e Boa Sorte (2005), George Clooney dirige mais um filme político, acumulando também as funções de ator e de roteirista (ao lado de Grant Heslov e Beau Willimon). Tudo pelo poder revela os bastidores das primárias democratas, responsáveis por escolher o candidato do partido para as eleições presidenciais. Para ser eleito o candidato oficial, os pré-candidatos devem acumular o maior número de vitórias em prévias realizadas em diferentes estados norte-americanos. Se Boa Noite e Boa Sorte se passava no início dos anos 50 e retratava o período marcado pelo macarthismo, Tudo pelo poder é ancorado nos dias de hoje e, mesmo não sendo baseado em acontecimentos verídicos, parece expor as engrenagens por trás de campanhas políticas atuais. 

O quarto filme de George Clooney como diretor é centrado em Stephen Meyers (Ryan Gosling), jovem talentoso e idealista que trabalha como acessor de imprensa na campanha do governador Mike Morris (George Clooney). Encabeçando a equipe de Morris,  temos o experiente Paul Zara (Philip Seymour Hoffman), que se opõe a Tom Duffy (Paul Giamatti) diretor da campanha do candidato adversário. Inteligente e promissor, Stephen vê em Morris o homem ideal para assumir a presidência dos Estados Unidos. Suas convicções são, no entanto, postas à prova  à medida que jogos políticos se desenrolam. Paralelamente ao planejamento de estratégias e de marketing político, Stephen acaba por se envolver com Molly (Evan Rachel Wood), uma estagiária de 20 anos; o que eventualmente irá afetar a campanha. 

Tudo pelo poder se divide em acertos e alguns tropeços. A escalação do elenco masculino é um dos pontos fortes do filme. Ryan Gosling é um dos melhores atores de sua geração e nos oferece, mais uma vez este ano (ele está excelente no inesquecível Drive), uma performance sólida e interessante, captando a gradual mudança de seu personagem. Philip Seymour Hoffman e Paul Giamatti estão fenomenais em cada uma de suas cenas. Por fim, George Clooney soa extremamente convincente como candidato presidencial e encarna com carisma seu personagem.

Já Marisa Tomei e Evan Rachel Wood são boicotadas pela forma ingrata com a qual o roteiro retrata as personagens femininas da história. A primeira, em participação pequena, mas essencial para a trama, vive o estereótipo da jornalista abutre que faz de tudo por um furo de notícia. Unidimensional, a personagem não faz jus ao talento da atriz. Um problema similar ocorre com a personagem de Evan Rachel Wood, Molly. As motivações da jovem são mal exploradas pelo roteiro. Suas atitudes soam forçadas e a revelação bombástica que a mesma faz, em certo momento do filme, parece ser tirada do nada para introduzir o grande conflito da trama. A atriz ainda consegue se salvar com uma atuação sensível, que confere alguma complexidade à personagem. 

Os três grandes embates criados pelo roteiro (Stephen/Paul, Stephen/Mike e Stephen/Tom) conseguem tirar o filme da mediocridade. Brilhantemente escritas e interpretadas, as cenas são ótimas reflexões sobre ética, sobre estratégia política e sobre o que vale fazer para se sair vitorioso numa campanha. No entanto, ainda que nos proporcione esses grandes momentos, o roteiro parece lidar com a fragilidade da história, dando-nos a impressão de que o argumento poderia ter sido explorado de uma forma muito mais aprofundada. Nesse sentido, o final em suspenso da narrativa, parece uma forma fácil de terminar o filme e poderá deixar o espectador insatisfeito. 

Em Tudo pelo poder, Clooney comprova ser um diretor com grande potencial, mas ainda em amadurecimento. Ele acerta, por exemplo, na utilização constante de closes que revelam as emoções e a transição do protagonista e acerta também no uso do mesmo artifício na bela cena de sedução de Stephen e Molly. No entanto, ele cai no clichê, por exemplo, ao mostrar um personagem diante de uma gigante bandeira americana, em um plano excessivamente dramático e piegas. Ele também investe em turbulências surpreendentemente falsas, em uma cena no avião, provavelmente como metáfora da relação entre os personagens, que está prestes a mudar. Soa também artificial a tentativa do diretor de dar o tom de thriller à narrativa a partir da revelação feita por Molly.

Tudo pelo poder é, sem dúvida, mais interessante pelo argumento do que pela execução. Ainda que o tema seja extremamente relevante, o filme se revela menos relevante do ponto de vista cinematográfico. Um bom filme, que tinha tudo para ser excelente. 




domingo, 13 de novembro de 2011

Mark Zuckerberg e sua cinebiografia

Título original: The Social Network
Lançamento: 2010
País: EUA
Direção: David Fincher
Atores: Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Justin Timberlake, Rooney Mara.
Duração: 121 min
Gênero: Drama

Mark Zuckerberg

Mark Elliot Zuckerberg tem apenas 27 anos e é um dos homens mais ricos do mundo. O programador é a principal cabeça por trás da maior rede social do mundo: o Facebook. Zuckerberg nasceu em White Plains, no estado de Nova Iorque, Estados Unidos, em 1984. Poliglota e premiado na escola por trabalhos em matemática, física e ciências astronômicas, o rapaz pode ser chamado de jovem prodígio. No entanto, quem pensa que Zuckerberg  só se interessa por números e computadores está enganado. Na escola, ele se destacava no estudo da arte e cultura clássicas. Já em Harvard, ele criou diversos programas e sites. Um deles consistia em escolher qual estudante era mais sexy. A brincadeira juvenil gerou um sobrecarregamento do servidor da Universidade, tamanha foi sua popularidade. Estava aí o germe do Facebook. Hoje, dono de uma fortuna que supera os 17 bilhões de dólares, Zuckerberg é chefe executivo e presidente da companhia e também realiza trabalhos filantrópicos. 

A rede social foi dirigido por David Fincher, responsável pelos excelentes Seven (1995), Clube da Luta (1999) e Zodíaco (2007). No filme de 2010, ele se une ao ótimo roteirista Aaron Sorkin, para contar um fato extremamente contemporâneo: a criação do Facebook. O longa retrata o processo de criação do site, o sucesso e as conseqüentes disputas judiciais. O interesse de Sorkin e Fincher na adaptação da história certamente não foi despertado apenas por seu caráter atual. A personalidade instigante de Zuckerberg deve ter tido um papel muito grande nesta decisão. O protagonista de A rede social é um sujeito que se destaca por sua extrema inteligência, seu raciocínio lógico e por sua dificuldade de se relacionar com as pessoas (algo que é ilustrado logo na sequência de abertura do longa).

Destacando-se como um dos grandes personagens do cinema no ano passado, o Zuckeberg de Fincher encontra em Jesse Eisenberg seu intérprete perfeito. As tiradas sarcásticas e impiedosas do antipático personagem ganham um efeito impressionante na fala de Eisenberg, sempre rápida, seca e impiedosa. O jovem ator de 28 anos, com cara de adolescente, foi merecidamente indicado ao Oscar de Melhor Ator no ano passado. Ao lado de Eisenberg, temos ótimas performances de Andrew Garfield, Armie Hammer (que interpreta gêmeos) e até mesmo do cantor Justin Timberlake, que não faz feio.

O filme ainda apresenta diálogos dinâmicos e divertidos e uma fotografia que se destaca por seus tons frios, que parece realçar a falta de calor humano entre os personagens. A Rede Social explora de perto a personalidade intrigante de um jovem gênio. Inteligente, ácido e despretensioso, o longa-metragem mostra de forma contundente a ironia presente no fato de que o criador de uma das maiores redes sociais do mundo ter tamanhos problemas para se relacionar com as pessoas a sua volta.




 






sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Os homens mais sexies do cinema

Depois de eleger as mulheres mais sexies do cinema, é a vez do Clube do Filme selecionar os marmanjos mais desejados das telonas. Escolhemos 25 30 personagens masculinos, de diversas épocas, que mexeram com o imaginário do público e que são representativos nas filmografias de seus respectivos intérpretes. Nossa seleção vai de 1926, ainda no cinema mudo, até 2011! 

Confira, comente e complemente a nossa lista! 


(Atenção: Para a melhor visualização das imagens, utilize o Mozilla Firefox ou o Google Chrome como navegador.)


Os homens mais sexies do cinema (em ordem cronológica)


1 - Ahmed (Rudolph Valentino)
2 - Peter Warne (Clark Gable)

3 - Robin Hood (Errol Flynn)
4 - Jerry Mulligan (Gene Kelly)



5 - Stanley Kowalski (Marlon Brando)
6 - Jim Stark (James Dean)



















7 - Judah Ben-Hur (Charlton Heston)
8 -  Roger O. Thornhill (Cary Grant)



















9 - Michel Poiccard (Jean-Paul Belmondo)

10 - Marcello Rubini (Marcello Mastroianni)
11 - Spartacus (Kirk Douglas)













12 - Tom Ripley (Alain Delon)
13 - James Bond (Sean Connery)














14 - Hud (Paul Newman)

15 - Blondie (Clint Eastwood)


16 - Superman / Clark Kent (Christopher Reeve)
17 - Maverik (Tom Cruise)
18 - Martin Riggs (Mel Gibson)



19 - John McClane (Bruce Willis)


















20 - Jack Dawson (Leonardo DiCaprio)

21 - Tyler Durden (Brad Pitt)


22 - Wolverine (Hugh Jackman)

23 - Patrick Bateman (Christian Bale)


24 - James Bond (Daniel Craig)
25 - Magneto (Michael Fassbender)






































































                                 

                                            







1 – O ator italiano Rudolph Valentino como Ahmed, no filme mudo O Filho do Sheik (1926), dirigido por George Fitzmaurice.


2 – Clark Gable como Peter Warne, no clássico Aconteceu Naquela Noite (1934), dirigido por Frank Capra. A cena em que Gable tira sua camisa de baixo causou tanto frisson que a venda desse tipo de blusa caiu drasticamente nos EUA. O ator ganhou o Oscar por este papel. 


3 – Errol Flynn como Robin Hood, em As aventuras de Robin Hood (1938), dirigido por Michael Curtiz e William Keighley. 


4 – Gene Kelly como Jerry Mulligan, no musical Sinfonia de Paris (1951), dirigido por Vincente Minnelli. 


5 – Marlon Brando como Stanley Kowalski, no fantástico Uma Rua Chamada Pecado (1951), dirigido por Elia Kazan. 


6 – James Dean como Jim Stark, no inesquecível Juventude Transviada (1955), dirigido por Nicholas Ray. 


7 – Charlton Heston como Judah Ben-Hur, no filme ganhador de 11 Oscar’s, Ben-Hur (1959), dirigido por William Wyler. 


8 – Cary Grant como Roger O. Thornhill, no thriller clássico Intriga Internacional (1959), dirigido por Alfred Hitchcock. 


9 – O ator francês Jean-Paul Belmondo como Michel Poiccard, no clássico da nouvelle vague, Acossado (1960), dirigido por Jean-Luc Godard. 


10 – O ator italiano Marcello Mastroianni como Marcello Rubibi, em A Doce Vida (1960), dirigido por Federico Fellini. 


11 – Kirk Douglas como Spartacus, em Spartacus (1960), dirigido por Stanley Kubrick. 


12 – O ator francês Alain Delon como Tom Ripley, no filme O Sol por Testemunha (1960), dirigido por René Clément. A refilmagem de 1999, O talentoso Ripley, conta com Matt Damon no papel principal. 


13 – Sean Connery como James Bond, em 007 Contra o Satânico Dr. No (1962), dirigido por Terence Young, e em continuações posteriores.  


14 –  Paul Newman como Hud no filme O Indomado (1963), dirigido por Martin Ritt. 


15 – Clint Eastwood como Blondie, no fenomenal faroeste Três homens em conflito (1966), de Sergio Leone. 


16 – Christopher Reeve como Clark Kent/Superman, em Superman – O Filme (1978), dirigido por Richard Donner, e em continuações posteriores. 


17 – Tom Cruise como Maverik, em Top Gun – Ases Indomáveis (1986), dirigido por Tony Scott.


18 – Mel Gibson como Martin Riggs, em Máquina Mortífera (1987), dirigido por Richard Donner, e em continuações posteriores


19 – Bruce Willis como John McClane, no jovem clássico Duro de Matar (1988), dirigido por John McTiernan, e em continuações posteriores


20 – Leonarso DiCaprio como Jack Dawson, em Titanic (1997), dirigido por James Cameron. 


21 – Brad Pitt como Tyler Durden, no cult Clube da Luta (1999), dirigido por David Fincher.


22 – Hugh Jackman como Wolverine, em X-Men: O Filme (2000), dirigido por Bryan Singer, e em continuações posteriores


23 – Chistian Bale como Patrick Bateman, no ótimo Psicopata Americano (2000), dirigido por Mary Harron. 


24 – Daniel Craig como James Bond, em 007 - Cassino Royale (2006), dirigido Martin Campbell. 


25 – Michael Fassbender como Magneto, em X-men: Primeira Classe (2011), dirigido por Matthew Vaughn.

Incluídos de última hora:


26 - Indiana Jones (Harrison Ford) 
27 - Ángel/Juan (Gael García Bernal)

30 - Maximus (Russell Crowe)

28 - Ennis (Heath Ledger) / 29 - Jack (Jake Gyllenhaal)




























26 - Harrison Ford como Indiana Jones, em  Os Caçadores da Arca Perdida (1981), dirigido por Steven Spielberg, e em continuações posteriores.


27 - Gael García Bernal como Ángel/Juan em Má Educação (2004), dirigido por Pedro Almodóvar. 


28 e 29 -  Heath Ledger como Ennis e Jake Gyllenhaal como Jack, em O segredo de Brokeback Mountain (2005), dirigido por Ang Lee. 


30 - Russell Crowe como Maximus, em Gladiador (2000), dirigido por Ridley Scott. 


O mais pedido pelos leitores:


Johnny Depp  (Don Juan De Marco)




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