A série Pânico teve a importante função de revitalizar o gênero do terror no final dos anos 90, com uma abordagem adolescente e divertida. Wes Craven, diretor da quatrilogia e grande ícone do terror, foi também responsável pelos famosos A Hora do pesadelo e por Maldição dos mortos vivos. No entanto, nos últimos anos, o gênero do terror vem apostando cada vez mais na tortura psicológica, em cenas chocantes e na escatologia (os incontáveis Jogos Mortais e O albergue, por exemplo), algo que se difere bastante do tipo de terror feito por Craven, baseado no susto e na surpresa.
A série acompanha as desventuras da pobre coitada da Sidney Prescott (interpretada por Neve Campbell), personagem fadada a ser perseguida em todos os filmes por um (ou mais, dependendo do filme) serial killer mascarado. Auxiliando-a com este fardo ingrato, estão o delegado Dewey (David Arquette) e a jornalista Gale (Courtney Cox). Neste novo filme, os três personagens estão de volta 10 anos depois do ataque do último assassino. Novamente na cidadezinha de Woodsboro, onde tudo começou, eles se vêem obrigados a lidar com novos assassinatos. Adolescentes da universidade local são novamente as vítimas favoritas do assassino e a sobrinha de Sidney é, aparentemente, a mocinha da vez.
Confesso que o filme despertou em mim diversas emoções, a maioria delas negativas. Não conseguia parar de pensar, por exemplo, por que Neve Campbell, uma atriz interessante, se sujeitou a fazer esse papel de novo. Ainda por cima, ela tem que escutar de uma das personagens que ela está velha. Fiquei com pena. Outra coisa irritante é o desempenho pífio da polícia no filme, uma incompetência total e absurda. O personagem de David Arquette é o perfeito banana e a atuação dele dá até dó. Já Courtney Cox vem com toda a energia, mas sua personagem é mostrada como uma bitch frustrada e invejosa. E o pior: ela tem a atitude, mas não consegue emplacar uma tirada. Os insultos trocados com outras personagens femininas da trama são bizonhos. E, por fim, a maioria dos adolescentes do filme são mostrados como seres acéfalos e idiotas, o pior deles é um que anda o tempo todo com uma mini-câmera na cabeça: Que coisa irritante!
A trama é completamente mal construída e formulaica, parece um recorte de momentos dos filmes anteriores. Os suspeitos são lançados pelo filme de maneira aleatória: chega a ser ridículo ver o namoradinho e a policial aparecerem correndo em cena após o assassinato de alguém, numa tentativa do diretor de fazer com que desconfássemos deles. Mas o pior ainda estar por vir: o filme não consegue ser assustador. Vemos uma sucessão de várias mortes mostradas de maneira pouco inspiradas e, diria, até preguiçosa. Não há a criação de suspense, é tudo muito rápido, na pura filosofia: "pronto matei!". Além do mais, o filme tem vários momentos de humor involuntário, quando vemos, por exemplo, incrédulos, uma personagem que havia sido esfaqueada na barriga se defender maravilhosamente bem no confronto com o assassino; e, na parte final, a transformação de uma personagem.
Como é de se imaginar, nenhum dos personagens é bem desenvolvido e os momentos dramáticos do filme não convencem. Por fim, a revelação do assassino é surreal e o desfecho, apesar de criativo, é patético. Pânico 4 provavelmente será um sucesso de bilheteria, mas é um mau exemplar do gênero do terror e, para mim, uma grande decepção. A boa surpresa da produção foi Hayden Panettiere, exibindo grande segurança e sensualidade em cena. O filme sempre melhorava quando ela aparecia.
Também não curti o filme. Pra mim, estava mais pra comédia...
ResponderExcluirPra falar a verdade, rolei de rir no cine, até Duro de matar 4.0 era mais realista. kkkkkkkkkk